• Light Steel Frame Portugal | LSF BUILD

1. Introdução e Contextualização Histórica

Em Portugal, o Património Aço LSF manifesta‑se desde as casas‑pátio alentejanas até aos solares barrocos, conventos medievais e museus urbanos. Cada construção revela técnicas ancestrais — taipa (terra compactada), alvenaria de pedra ou tijolo e argamassas de cal — que traduzem a identidade local. As fachadas irregulares das casas‑pátio contam histórias de gerações, enquanto as paredes graníticas dos solares sustentam séculos de memórias.

Preservar essa autenticidade exige soluções que respeitem o material original. Métodos invasivos, como enchimentos de betão armado, podem comprometer a “respiração” das paredes de taipa e desregular a higrotermia natural, gerando fissuras. Por isso, o uso de Light Steel Frame—uma estrutura metálica leve em aço galvanizado—surge como abordagem pioneira para reforçar sem descaracterizar, garantindo a sustentabilidade e a longevidade do nosso património histórico.


2. Diagnóstico e Avaliação Estrutural Pré‑Intervenção

Antes de qualquer reforço, deve‑se realizar um levantamento exaustivo, combinando tecnologias que assegurem mínima invasão:

  1. Termografia Infravermelha

    • Regista diferenças de temperatura que indicam humidades capilares ou vazios.

    • Ideal para mapear infiltrações em coberturas e varandas, sem necessidade de retirar rebocos.

  2. Ultrassons

    • Ondas acústicas revelam fissuras internas em pilares de pedra, madeira ou tijolo.

    • Úteis também em juntas de alvenaria para avaliar a coesão entre fiadas.

  3. Endoscopia Estrutural

    • Câmaras de diâmetro reduzido introduzem‑se em pequenos furos para inspecionar interiores de vigas de madeira ou condutas antigas.

    • Permitem registar fotos e vídeos que documentam a condição interna.

  4. Levantamento Geométrico com Estação Total e Nível Digital

    • Define recalques diferenciais milimétricos em fundações e paredes.

    • Garante a precisão necessária para projetar malhas de perfis LSF compatíveis com deformações existentes.

  5. Análises de Materiais

    • Ensaios de caracterização de argamassas (pH, composição granulométrica).

    • Identificação de minérios típicos de cada região, essencial para novas argamassas de cal que garantam compatibilidade.

Os resultados são compilados num relatório conforme NP EN 1504, indicando patologias principais — fissuras por flexão e cisalhamento, recalques locais, infiltrações e eflorescências.


3. Soluções LSF para Reforço e Consolidação em Património Aço LSF

O LSF é baseado em perfis de aço galvanizado (espessuras entre 0,9 mm e 2,5 mm), que se montam a seco, reduzindo pó e entulho. A seguir, detalham‑se os principais componentes e métodos de ligação.

3.1 Tipos de Perfis e Propriedades Mecânicas

Perfil Secção (mm) Resistência à Tração (MPa) Vantagem
Montante C100 100×50×15×2,0 ≥350 Excelente rigidez à flexão ao ser ancorado a cada 600 mm
Guia U100 100×50×15×1,5 ≥280 Distribuição uniforme de cargas de topo e base
Montante C150 150×50×15×2,5 ≥380 Indicado para reforços de pavimentos e lajes metálicas
Perfil Z variável até 400 Utilizado em transições e reforços pontuais
  • Módulo de Elasticidade: 210 GPa, garante rigidez sem grandes deformações

  • Densidade: 7,85 g/cm³, minimiza peso próprio e sobrecargas em fundações antigas

3.2 Métodos de Ligação

  1. Ancoragens Mecânicas: barras roscadas em aço inoxidável, inseridas em perfurações prévias com disco diamantado.

  2. Ancoragens Químicas: resinas epóxi de alta resistência com tempo de cura de 24 h, contornando a fragilidade de alvenarias antigas.

  3. Interfaces Flexíveis: juntas de neopreno de 5 mm instaladas entre perfil e alvenaria para absorver dilatações térmicas distintas.

  4. Barreiras Térmicas: lâminas de poliuretano ou cortiça de alta densidade minimizam pontes térmicas entre aço e parede.

3.3 Fluxo de Montagem

  • Passo 1: Marcação em obra com nível laser e transferência para paredes.

  • Passo 2: Fixação das guias de base e topo com ancoragens químicas.

  • Passo 3: Montagem dos montantes a cada 400–600 mm, conforme cargas projetadas.

  • Passo 4: Inserção de isolante e vedação de juntas.

  • Passo 5: Revestimento exterior em argamassa de cal ou painéis de gesso cartonado, dependendo do projeto.


4. Casos de Estudo de Património Aço LSF e Exemplares em Portugal

4.1 Solar Barroco no Alentejo

  • Contexto: Solar do séc. XVIII, paredes de taipa com fissuras longitudinais e reboco degradado.

  • Diagnóstico: Termografia revelou humidades profundas; ultrassons registaram voçorocas internas.

  • Intervenção:

    1. Montagem de grelha interior em LSF (C100/U100) com ancoragens químicas.

    2. Revestimento interno com painéis de gesso de alta permeabilidade.

    3. Reaplicação de argamassa de cal na face exterior.

  • Resultados:

    • Fissuras estabilizadas; não surgiram novas fissuras em 2 anos de monitorização.

    • Tempo de obra: 5 meses (vs. 8 meses com reforço tradicional).

    • Conforto térmico melhorou 18 %, medido por sensores IoT.

4.2 Museu-Residência em Coimbra

  • Contexto: Antigo convento, convertido em espaço museológico e residencial, exigia reforço de vigas de madeira.

  • Diagnóstico: Endoscopia indicou rachas internas em vigas principais; levantamento topográfico apontou recalques de até 12 mm.

  • Intervenção:

    1. Instalação de perfis Z em apoio secundário sob vigas originais.

    2. Ancoragem mecânica em pilares de pedra existentes.

    3. Aplicação de isolamento acústico em lã de rocha entre perfis.

  • Resultados:

    • Vigas estabilizadas sem necessidade de substituir madeira histórica.

    • Ruído reduzido em 22 dB em comparativo pré‑/pós‑obra.

    • Projeto finalizado em 4 meses, 30 % mais rápido que a média de mercado.

4.3 Reconversão de Alfândega Marítima no Porto

  • Contexto: Instalação cultural em edifício industrial do início do séc. XX, com grandes vãos de alvenaria.

  • Diagnóstico: Fissuras por flexão em arcos de tijolo e recalque pontual de pilares.

  • Intervenção:

    1. Reforço de arcos com perfis C150 em cordão, invisíveis externamente.

    2. Consolidação de pilares com perfis U150 por encapsulamento parcial.

  • Resultados:

    • Fachada preservada, mantendo volumetria original.

    • Carga admissível aumentou em 40 %, permitindo novas sobrecargas de equipamento expositivo.


5. Boas‑Práticas de Documentação em BIM do Projecto em Património Aço LSF

A modelagem BIM integra todas as fases da reabilitação, assegurando rastreabilidade e manutenção futura:

  1. Nuvem de Pontos e Laser Scanning

    • Captura precisa de milhões de pontos na superfície externa e interna.

    • Modelo georreferenciado alinhado a coordenadas GPS.

  2. Níveis de Desenvolvimento (LOD)

    • LOD 200: Modelo preliminar para análise de patologias.

    • LOD 300: Definição de perfis LSF, pontos de ancoragem, isolantes e revestimentos.

    • LOD 400: Documentação executiva, incluindo listas de materiais e cortes de fabrico.

  3. Integração de Dados

    • Cada perfil recebe metadados: fornecedor, secção, espessura, tratamento anticorrosão.

    • Planeamento de inspeções periódicas (5, 10 e 15 anos) com gatilhos automáticos no software BIM.

  4. Processos Colaborativos

    • Plataformas em nuvem permitem a equipa de obra, arquitetos e engenheiros trabalhar em simultâneo.

    • Registros de anotações in‑situ (via tablets) ficam diretamente associados ao modelo.


6. Sustentabilidade e Ciclo de Vida do Património Aço LSF

O Património Aço LSF alinha‑se com políticas de economia circular e “zero waste”:

  1. Emissões de CO₂

    • LSF galvanizado: ~80 kgCO₂/m³.

    • Betão armado: ~300 kgCO₂/m³.

    • Redução aproximada de 73 % nas emissões estruturais.

  2. Desmontabilidade e Reutilização

    • Perfis desmontáveis mantêm-se íntegros após pelo menos três ciclos de montagem.

    • Aço é 100 % reciclável e reutilizável, fechando o ciclo produtivo.

  3. Gestão de Resíduos

    • Obra a seco reduz a geração de entulho e consumo de água.

    • Rodízio de isolantes (cortiça e lã de rocha) reaproveitáveis em manutenção.

  4. Certificações Ambientais

    • Constrói‑se conforme critérios LEED, BREEAM e WELL, pontuando em sustentabilidade e saúde interna.

    • Indicadores de desempenho energético melhoram em média 20 % em edifícios reabilitados com LSF.


7. Conclusão

O Património Aço LSF representa a convergência perfeita entre tradição e inovação. Graças ao seu baixo peso, rapidez de montagem e compatibilidade com materiais históricos, permite reforçar estruturas centenárias sem comprometer a sua autenticidade. De solares alentejanos a museus urbanos, essa tecnologia já provou reduzir custos, encurtar prazos e minimizar pegada ambiental.

Visite a nossa página principal para explorar projetos concluídos, depoimentos de clientes e informações detalhadas sobre o Património Aço LSF.

Se está pronto para valorizar o seu edifício histórico, entre em contacto connosco através do formulário de contacto ou de um dos números disponíveis no rodapé do site. A nossa equipa especializada aguarda o seu pedido para oferecer um estudo preliminar gratuito e indicar como o Light Steel Frame pode garantir segurança, sustentabilidade e preservação cultural ao seu património.

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